16 de maio é a data escolhida para divulgar anualmente o problema que tem como principal causa a reação imunológica ao glúten. Exames genéticos auxiliam no diagnóstico
Já pensou não poder ingerir pão, torrada, bolacha, massas, bolos, pizzas, queijos, maionese, cereais, cerveja e outra infinidade de comidas e bebidas? Até 2% da população mundial tem restrição alimentar por ter dificuldade para processar o glúten, gerando diversas reações, em especial no intestino. Chamada de Celíaca, a doença é uma reação exagerada do sistema imunológico aos glútens, proteína encontrada em cereais como trigo, o centeio, a cevada e o malte. O dia 16 de maio, Dia Internacional do Celíaco é a data escolhida para divulgar anualmente a doença e promover uma melhoria das taxas de diagnóstico.
“Além dos incômodos, os intolerantes ao glúten criam uma inflamação que danifica o revestimento do intestino delgado e acabam impedindo a absorção de alguns nutrientes”, destaca Dr. João Bosco Oliveira, médico e responsável técnico da Genomika Diagnósticos, laboratório de genética clínica. Os principais sintomas que os celíacos sentem são diarreia, inchaço, gases, fadiga, baixa contagem de glóbulos vermelhos (anemia), falta de apetite, prisão de ventre e até osteoporose. No entanto, o indivíduo pode também não apresentar sintomas e isso dificultar no diagnóstico.
Como se trata de uma doença autoimune, isto é, ela ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo, ainda não tem cura. O principal tratamento é uma dieta rigorosa sem glúten que pode ajudar a controlar os desconfortos e promover a cicatrização intestinal. De acordo com o médico, para fechar o diagnóstico da doença celíaca é necessário combinar a clínica, a análise laboratorial e histopatologia, que é histologia de tecidos orgânicos que apresentam lesões.
Sabe-se que os marcadores DQ2 e DQ8, componentes do antígeno HLA, estão associados à doença celíaca. Enquanto na população normal 90% dos indivíduos apresentam DQ2, e 10%, o DQ8; para a investigação da condição, estes marcadores atuam como etapa no diagnóstico de exclusão.
“Os alelos que codificam DQ2 e DQ8 são encontrados em até 30% das pessoas, desta forma, se o suspeito de doença celíaca não apresentar estes marcadores, a probabilidade de se confirmar a hipótese diagnóstica é muito baixa. Portanto, tendo alto valor preditivo negativo, ou seja, DQ2 e DQ8 negativos excluem o diagnóstico de DC com confiança de 99%”, diz Dr. Bosco.
Na Genomika Diagnósticos, realiza-se a Pesquisa de HLA para Doença Celíaca. Este exame permite a tipificação HLA com a identificação dos alelos HLA-DQA1 e HLA-DQB1 e pode revelar associação ao desenvolvimento de doença celíaca. Para fechar o diagnóstico é necessário combinar a clínica, a análise laboratorial e histopatológica.