Infecções congênitas ou perinatais ocorrem em até 10% dos nascimentos. Embora não haja dados concretos no Brasil, estudos apontam que os principais patógenos que ocasionam essas infecções são: a bactéria T. pallidum, o vírus HIV e o vírus CMV. Pelo menos 50% dos recém-nascidos infectados são assintomáticos. Entretanto, essas infecções poderem causar sequelas futuras, sendo necessária a identificação precoce de gestantes infectadas para a implementação de medidas específicas de prevenção.
O reconhecimento da importância clínica do vírus neste contexto aliado ao avanço das modalidades diagnósticas e a terapêutica adequada podem reduzir drasticamente a frequência de complicações, melhorando a qualidade de vida dos bebês.
A detecção do CMV por técnicas moleculares é mais sensível e precisa do que por métodos tradicionais de sorologia. Por esse motivo a XGEN possui em sua linha um Kit para diagnóstico de CMV através da técnica de PCR em Tempo Real. Além de realizar a quantificação absoluta (carga viral) do DNA do CMV, podem ser utilizadas amostras de líquido amniótico, ideal para o acompanhamento da gestante.
O CMV e a gestação
Apesar de ser um vírus altamente contagioso e com altíssimas taxas de infecção entre a população, a maioria das pessoas nem sequer desconfia que já foi contaminada com o vírus. Para pessoas com o sistema imunológico saudável, a infecção pelo CMV é assintomática. Porém, durante a gravidez não costuma causar sintomas na mãe, mas é muito perigosa para o bebê, pois está associada a um maior risco de má-formação congênita ou graves infecções com sequelas nos primeiros meses de vida. O risco de transmissão é maior no terceiro trimestre, porém, as complicações para o bebê são maiores se a infecção ocorrer durante o primeiro trimestre.
CMV na gestação em números
Um em cada 200 bebês nascem com infecção congênita por CMV. Dessas, um em cada cinco crianças terão problemas de saúde a longo prazo como consequência da infecção. No Brasil não existe uma regulamentação para o registro de casos de infecções congênitas por CMV, mas nos EUA cerca de 20.000 bebês nascem com infecção congênita por CMV a cada ano. 90% das crianças infectadas parecem normais no exame de recém-nascido, entretanto de 40 a 60% dessas crianças desenvolvem sequelas futuras. E apenas 10% dos recém-nascidos infectados congenitamente pelo CMV já apresentam sintomas da infecção desde o nascimento.
Bebês contaminados bem no final da gravidez ou durante o parto costumam nascer saudáveis, porém, começam a apresentar os primeiros sintomas a partir da 3ª semana de vida. Alguns bebês, contudo, demoram até 6 meses para apresentar os primeiros sintomas.
Quais as consequências para o bebê?
Quanto mais cedo o bebê tiver contato com o vírus, mais repercussões clínicas vão acontecer, podendo levar até mesmo ao aborto. As manifestações precoces do CMV nos recém-nascidos são:
– Surdez
– Bebês de tamanho pequeno
– Má-formação
– Hepatoesplenomegalia
– Anemia
– Petéquias e púrpura
– Icterícia
– Perda da visão
Além das sequelas neurológicas:
– Microcefalia
– Convulsões
– Falta de coordenação
– Fraqueza
– Problemas motores
– Deficiência intelectual
Estima-se que 15% a 20% de todos os casos de perda auditiva moderada a profunda entre crianças sejam atribuíveis ao CMV congênito. E em 2% dessas crianças, a perda auditiva será grave o suficiente para ser candidata a implante coclear aos 5 anos de idade
Até a grande epidemia de zika em 2015, os casos de microcefalia no Brasil eram todos atribuídos à infecção congênita por CMV. A descrição das lesões é muito semelhante das infecções por zika, porém, no caso do zika os efeitos no cérebro são mais imprevisíveis – e perigosos. As sequelas neurológicas são mais severas nas crianças sintomáticas ao CMV no nascimento. Das que sobrevivem, pois, a taxa de mortalidade é alta, 95% terão sequelas neurológicas como microcefalia, retardo do desenvolvimento neuromotor e calcificações cerebrais.
Diagnóstico molecular para o CMV
A técnica da PCR em Tempo Real oferece inúmeras vantagens, principalmente se comparada aos métodos convencionais, para diagnóstico de infecção por CMV, pois possui alta sensibilidade, especificidade e permite a quantificação do alvo pesquisado em pouco tempo. Todas essas características permitem realizar um tratamento eficaz da infecção e reduzir ou eliminar as complicações para a saúde em qualquer idade.
Com o Kit XGEN Master CMV é possível ainda realizar a diferenciação da infecção latente em casos em que há replicação viral e o monitoramento da resposta à terapêutica dos indivíduos submetidos ao tratamento antiviral.
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